O triste cenário dos templos do Cariri cearense

Amigos e irmãos, saudações!

Que Jesus possa-nos inspirar em mais este encontro.

Atendendo ao pedido de um comandante, lanço-me a esta breve empreitada.

“Meu irmão”, dizia-me ele:

– Tu, que tens mais audiência do que eu, por favor, faça constar nos teus escritos que no templo não se conversa senão o necessário ao trabalho e, muito menos ainda, não se conta piada, seja de que natureza for.

E dizendo isto, pôs-se a narrar-me alguns fatos de seu cotidiano mediúnico.

Eu acedi, comprometendo-me a fazê-lo o mais brevemente possível. Aqui estou na feitura da tarefa.

Mas nossa conversa se prolongou às horas mais avançadas da noite. E o seu pedido tomou um tom de desabafo. Dizia-me ele, então, que o que acontece em termos de falta de sintonia, de falta de atenção aos procedimentos ritualísticos que devem acontecer nos trabalhos mediúnicos é INACREDITÁVEL e atingiu, há muito, as esferas do desrespeito. Além das piadas, correm soltas a fofoca, a maledicência, a perfídia e tudo o que pode haver de pernicioso e perigoso num comportamento invigilante.

E Contou também que os comandantes maiores pouco se importam com estes fatos. Como ele é um médium que anda por muitos templos, pude, mais uma vez, confirmar que essa prática absolutamente sucateada é realidade quase generalizada nos templos do Cariri cearense.

Sabemos que isso não é novidade. Sabemos, igualmente, que a responsabilidade disto recai nos comandantes maiores, preocupados em encher o templo, investindo em uma malfadada linha de produção de médiuns, como se isso significasse o cumprimento da missão que pelo mundo espiritual foi-nos confiada. Ledo, crasso engano. O templo cheio de médiuns sem saber que rumo tomar, sendo alvo de atuações de toda ordem, tem servido – entre outras coisas – para fortalecer a vaidade de uns poucos, além, claro, dos comprometimentos cármicos que decorrem deste triste cenário.

Estes médiuns são homens e mulheres que chegam ao Vale do Amanhecer, experimentam as energias sublimes que trazem as entidades; sentem um alívio em suas vidas. São convidados a ingressar na corrente (o que não é permitido nem legítimo) e logo caem no sorvedouro das consagrações. Em pouquíssimo tempo são falsamente promovidos ao que nem fazem ideia.

Por Deus, meus irmãos! Não se pode vestir um mendigo em um belo terno e daí afirmar que ele é um rico empresário. Ele se parece com um rico senhor, mas só parece. Muitos dos médiuns nestes templos são somente broches e roupas porque não lhes foi dada a condição de uma assimilação. O resultado é danoso tanto para o médium, como para quem o conduziu:

“A Iniciação Dharman Oxinto está dentro da lei de uma conduta doutrinária. É difícil falar sobre a Iniciação Dharman Oxinto, difícil por ser tão sublime. Uma Iniciação mal conduzida, não sabemos a quem fará tão mal: a quem recebeu, a mim Koatay 108 ou ao indivíduo que o conduziu até o Salão Iniciático”. (Tia Neiva, Koatay 108, 17 de maio de 1984).

Isso, hoje, aqui no Cariri, é responsabilidade dos dirigentes em sua hierarquia maior.

Salve Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo!
Olá! Como podemos ajudá-lo?