Depois de tantos anos do início do trabalho do Vale do Amanhecer no Cariri cearense, a realidade verificada entristece. O cenário é desolador desde o mais alto escalão: dirigentes de templos não se falam, mas declaradamente se odeiam. Nos templos, médiuns displicentes são repasto de espíritos brincalhões; reuniões doutrinárias são motivo de chacota entre os médiuns. A força líbida é presença constante. O que significa pertencer ao Vale do Amanhecer?
Em 1986, um grupo de jaguares sob as ordens de Pai João de Enock deixou Brasília para iniciar os trabalhos que, anos adiante, culminariam com o soerguimento do Templo-Pai, movimento predito, inclusive, por tia Neiva – Koatay 108 durante os primeiros anos da década de 1980. Depois de tantos anos, como tem se dado este processo?
Estamos em 2024 e depois de 38 anos de muito trabalho, tristemente verificamos que os dirigentes dos templos espalhados pelo Cariri cearense percorrem as estradas da anti-doutrina. Prevalece o baixo mediunismo, o orgulho, a vaidade, o egoísmo, a disputa e o financismo como bandeiras maiores dos templos.
O corpo mediúnico atesta o sobredito todos os dias. Os templos tornam-se locais de atuações diversas. Sobretudo nos tronos, espíritos brincalhões, mistificadores e técnicos passam-se por entidades de luz sem que sejam identificados. A força líbida campeia entre muitos integrantes do corpo mediúnico. Além disso, a forma como os dirigentes administram os recursos financeiros é muito distante da forma como tia Neiva – Koatay 108 fazia.
O Vale do Amanhecer virou uma imobiliária ilegal, por meio da qual alguns dirigentes acumulam dinheiro ilicitamente. Diante do atual cenário, cabe uma pergunta fundamental: quem é a entidade que assiste tais dirigentes? O Pai Seta Branca? Os espíritos iluminados? Está claro que não.
Na vastidão vida, incontáveis sendas se apresentam ao espírito. O Vale do Amanhecer surge como um caminho estreito, delimitado pela Luz. O Pai Seta Branca não admite transigência: “se lhes pedirem, filhos, dai-vos ouro e prata. Mas de vós, nenhum fio de cabelo”. Estreito não por exclusão, mas por exigência; não por severidade, mas por compromisso com a verdade. Jesus, o Mestre por excelência, já nos advertia: “Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.”
“Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.”
Jesus, o Caminheiro.
Tia Neiva, em sua missão de amor e sacrifício, não nos trouxe uma doutrina de conveniências, mas de labor. O Amanhecer não é um refúgio para os que buscam palco e vaidades. É, sobretudo, uma escola rigorosa onde cada médium é convocado a ser um discípulo do Cristo.
Eis a verdade que deve ecoar nos corações de todos os que vestem as vestes sagradas: não há outra opção senão trilhar a senda do Evangelho Crístico. Não como imposição externa, mas como reconhecimento interno de que fora desta luz, vagamos nas trevas da ilusão. O trabalho sem o amor é instrumento vazio; o poder sem a humildade é queda anunciada; a mediunidade sem responsabilidade é desrespeito que só traz dor.
As lides do Evangelho não comportam meias-verdades, não acolhem conveniência vaidosa. Entreguemo-nos ao trabalho honesto, ao despojamento do ego, à prática incondicional do amor, ou nos colocamos à margem do que nos ensina Jesus.
As lides do Evangelho não comportam meias-verdades, não acolhem conveniência vaidosa. Entreguemo-nos ao trabalho honesto, ao despojamento do ego, à prática incondicional do amor, ou nos colocamos à margem do que nos ensina Jesus.
Você pode até vestir um uniforme. Mas não pertencerá à Doutrina. Simples.
Podemos até concordar que os espíritos iluminados ajam de modo socorrista em relação a tais dirigentes. Mas não lhes aprova absolutamente uma conduta anti-doutrinária.