Após o desencarne de tia Neiva, um movimento crescente de apropriação comercial dos símbolos e termos litúrgicos da doutrina tem ganhado força no Brasil. Estabelecimentos comerciais — de farmácias a mercados, de lojas de materiais de construção a salões de beleza — vêm utilizando o nome “Vale do Amanhecer”. O fenômeno, que se intensificou nas últimas décadas, revela intenções e tensões entre o domínio público do nome e os princípios éticos-doutrinários.
Amigos e irmãos, salve Deus! Jesus possa nos inspirar em mais esta tratativa, que pretende, como as demais, se dar em forma de diálogo fraterno. Nesse sentido, nossos respeitos a todos!
É certo que, para todos os efeitos jurídicos e além destes, o nome “Vale do Amanhecer” pertence ao domínio público, não sendo, por isso, propriedade de ninguém. Contudo, o caráter sócio-universal da denominação não esgota a questão ética que aqui se coloca. Montar um negócio, uma loja, um mercado, uma farmácia ou qualquer empreendimento comercial, utilizando o nome Vale do Amanhecer ou qualquer outro termo de seu acervo, parece-nos inadequado. Aqueles que assim agem, incorrem numa confusão que, no nosso entender, não deve acontecer. Deixa entrever a intenção de capitalizar-se à custa do que nos foi, generosamente, legado por Jesus. Essa atitude não é legítima, não é doutrinariamente idônea; não se reveste da seriedade e do respeito que a consciência crística nos impõe.
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, ensina-nos o Meigo Messias. O comércio, o lucro, as transações materiais possuem seu lugar legítimo na organização da vida terrena. Sem qualquer dúvida, são ferramentas inestimáveis de progresso e elevação. O trabalho, em qualquer das esferas em que se situe, é benção e fonte de equilíbrio se dentro dele soubermos nos conduzir. As coisas da espiritualidade, entretanto, habitam outra dimensão; têm lugar próprio. Misturá-las ou trazê-las tão ao sabor das coisas deste mundo terreno pode ser apenas um equívoco, uma desatenção; mas também é desrespeito. Aquele que verdadeiramente compreende o significado espiritual do Vale do Amanhecer, a jornada de Koatay 108, o empenho e a abnegação dos mentores; aquele que tem em si uma justa escala de valores não vincula nada deste acervo a iniciativas comerciais, por mais honestas ou bem-intencionadas que estas possam ser.
O nome Vale do Amanhecer ou qualquer vocábulo de sua liturgia não é uma marca a ser explorada, nem pode ser usado como condão para que outros irmãos confiem no seu negócio ou a ele se sintam atraídos.
O nome Vale do Amanhecer ou qualquer vocábulo de sua liturgia não é uma marca a ser explorada, nem pode ser usado como condão para que outros irmãos confiem no seu negócio ou a ele se sintam atraídos. Meditemos, amigos e irmãos. Meditemos juntos, para podermos tecer uma vida respeitosa em todos os sentidos, em todas as esferas e em todos os campos de atividade pelos quais passarmos.
Salve Deus.
Jesus, o Caminheiro, nos abençoe a todos.
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