O Pai Seta Branca, vez por outra, dava um jeito de quebrar o protocolo do dia 31 de dezembro. Certa vez, ele disse que não iria participar da benção. Todos ficaram sem entender, até que ele disse que havia chegado a era das mulheres e pediu que Mãe Yara incorporasse. Ela chegou e assumiu o lugar dele na benção. A fila se formou e as pessoas iam, cada uma, recebendo aquela bênção. Mas ele não desincorporou. Pegou-me pelo braço e saímos andando pelo templo. Íamos devagarzinho, caminhando e olhando as coisas. Ele fazia um ou outro comentário. Em certo momento ele parou e me falou nos seguintes termos:
“Meu filho, tudo o que está lhe sendo dado – não é pouco – fica entregue ao peso de vossa consciência. Cabe a ti fazer frutificar tantas possibilidades. Saiba, deves ser amigo de todos; deves amar a todos sem qualquer distinção, mas sem abrir mãos dos sagrados ensinos de Jesus. Se assim fizeres, eu estarei à tua mesa e partilharemos do mesmo pão. Caso contrário, eu não estarei ao teu lado. Se eu não estiver, outros estarão. Saiba, meu filho: é melhor que eu esteja. É vossa a escolha. Guarde este momento no seu coração. Jesus esteja entre nós. Salve Deus.”